quinta-feira, 29 de abril de 2010

Guia de Saúde - Como saber se meu pássaro está doente?

Os pássaros selvagens possuem um interesse primário e vital: se proteger dos predadores. Uma doença ou lesão os torna alvos muito mais fáceis. Assim, no curso da evolução, as aves “aprenderam” a disfarçar suas doenças. Por esta razão, quando um pássaro mostra sinais da doença, eles já estão doentes a algum tempo. É importante, por isso, aprender a reconhecer os sinais precoces de problemas.
Muitos proprietários lamentam, às vezes, mortes súbitas de suas aves, e se perguntam o porquê. Mas quando questionados sobre sinais ou sintomas específicos, a maioria admite mudanças, ainda que não soubessem que isso poderia indicar um problema. Por isso, é vital conhecer os hábitos e comportamento de seu pássaro, para saber quando ele esta agindo diferente. Também é vital olhar diariamente as fezes, de modo a detectar variações na cor, quantidade e consistência.
Deve-se sempre observar:
  • Mudanças no comportamento: pássaros independentes se tornam mais carentes, ou pássaros amorosos se tornam retraídos, ou um pássaro normalmente brincalhão perde interesse por seus brinquedos. Pássaros se tornam encorujados (com aparência de estarem “inflados”, com as penas eriçadas), com asas caídas, desatentos, abatidos, sonolentos (olhos fechando constantemente), ficam no fundo da gaiola ou sentados no poleiro, postura baixa no poleiro (quase horizontal);
  • Mudanças no conteúdo fecal: excrementos normais, em um psitacídeo, são fezes verdes (maior parte: porção intestinal) com uratos branco ou creme seco e pastoso e urina incolor (parte renal), na quantidade de 25 a 50 por dia. Se as fezes se tornarem pretas, aquosas, ou de qualquer outra cor sem que haja mudança na alimentação, ou se elas diminuírem muito em quantidade, é um problema. Veja no item B.11 e E mais a respeito.
  • Mudanças na aparência e atitude: mudanças no apetite (perda ou aumento), maior ingestão de água, mudanças ou perda da voz, mudas prolongadas (com penas perdidas e não repostas), hábito de arrancar ou mastigar as penas (auto-mutilação). Cauda batendo (acompanhando a respiração), fraqueza, vacilos freqüentes da cabeça, olhos com aparência cansada, respiração ofegante e dificultosa ou mais forte que o normal, secreção ao redor das narinas ou olhos, barulhos ao respirar (chiados ou espirros), penas manchadas de marrom acima das narinas (sinal de nariz escorrendo), vômito, diarréia, cloaca suja, inchaços, desidratação, pés gelados;
  • Qualquer sinal de alteração no seu pássaro deve ser levado a sério, procurando-se um veterinário de aves rapidamente, pois as aves, após o desenvolvimento da doença, podem morrer rapidamente se não tiverem auxílio profissional.

Primeiros Socorros

Abaixo, problemas comuns e soluções caseiras para eles. No entanto, como será fácil notar, muitos casos recomendam ajuda veterinária, principalmente quando há qualquer sinal de doença.

Aumento no consumo de água

Água é essencial para qualquer ser vivo. As aves a absorvem das frutas, vegetais e da água que bebem. Um canário morre em um dia sem água. As calopsitas, em razão de seu habitat em terras secas da Austrália, conseguem ficar um pouco mais sem água, mas não é bom testar isso. As calopsitas bebem ao redor de uma colher de chá por dia. Mantenha sempre água limpa e fresca, todos os dias.
Estresse, tempo quente, aumento de atividade ou exercício físico, diarréia e certos medicamentos (como antibióticos) podem fazer com que sua ave beba mais água. Elas também bebem mais água quando estão alimentando filhotes. Mas um consumo excessivo de água pode indicar doenças graves, como diabetes, doenças do fígado e rim, infecções urinárias ou peritonite.
Se sua ave parece saudável, apesar de beber mais água, não se preocupe. Mas se há algum sinal de doença ou se você está realmente preocupado com a quantidade de água consumida, procure um veterinário.
As aves transpiram ao ofegar, causando perda de calor e água. Assim, se a ave está em um ambiente quente ou com incidência solar direta, isso acarretara aumento no consumo de água, em razão da perda excessiva.

Perda de apetite

Mudanças no apetite podem ser resultantes de estresse (causado por mudanças, como novos barulhos, nova gaiola, novos membros na família, nova comida) ou ambientes quentes. Se sua ave não se alimenta bem um dia ou outro, mas permanece alerta e ativa, isso não é motivo para preocupação.
No entanto, uma queda no apetite pode ser um indicador de problemas. É importante lembrar que as aves, principalmente as de menor porte, possuem um metabolismo muito rápido, e por isso se alimentam com muita freqüência, várias vezes ao dia. Uma ave doente que não come direito não consegue manter sua temperatura corporal, e então ela fica encorujada, para manter-se aquecida.
Se sua ave se recusa a comer por mais de dois ou três dias, talvez seja necessário forçar a alimentação com papinhas de filhote, como se faz com filhotes alimentados na mão. Se você conseguir alimentar sua ave com uma colher entortada (como se faz para filhotes), preenchendo o papo ao menos parcialmente, não há problemas. Mas se você não consegue isso, é necessário usar sondas para injetar o alimento direto no papo, mas isso requer material e ajuda profissional.

Aumento no apetite

Aumento nos exercícios, queda de temperatura, postura de ovos ou alimentação de filhotes provocam nas aves um aumento da necessidade normal de comida, especialmente calorias e proteínas. Nesses casos, não é necessário se preocupar.
No entanto, um aumento no apetite pode indicar diabetes (os sinais iniciais de diabetes são aumento no consumo de alimento e água, perda de peso e fezes mais líquidas), vermes, giardíase, problemas pancreáticos, intestinais ou hepáticos. Em qualquer caso, se houver sinais de doença, procure um veterinário.

Perda de peso

As aves perdem peso se elas queimam mais calorias do que ingerem, por excesso de exercício, estresse, ou diminuição do apetite. O peso de uma calopsita pode variar, e o que você acha ser baixo peso pode ser normal. Abaixo, há uma tabela com o peso esperado de uma calopsita.
Idade
Calopsitas realmente abaixo do peso são facilmente reconhecíveis, pois perdem gordura e músculos na região peitoral, fazendo com que a quilha se torne muito proeminente. Nesse caso, a perda de peso deve ter causas médicas, como problemas no pâncreas, fígado e intestinos (nesses casos, a comida não é absorvida corretamente), problemas renais, diabetes, giardíase, vermes, coccidioise e mais uma lista imensa.
O que se pode fazer caseiramente é observar se a ave não está gostando da alimentação, ou se um alimento novo não foi bem aceito. Tente aumentar a quantidade de comida, ou troque por algo que ela gosta mais.

Ganho de peso

Uma calopsita obesa pode apresentar muitos problemas de saúde, incluindo dificuldade em respirar, estresse, diabetes, problemas cardíacos e hepáticos. As causas da obesidade podem ser muitas, como ingestão de calorias em excesso, falta de exercícios, hereditariedade, hipertireoidismo, falta de lipase (enzima responsável pela queima de gorduras).
No entanto, muitos problemas que ocorrem na região abdominal e peitoral podem ser confundidos com obesidade. Entre estes, estão tumores benignos, hérnia, ovo preso ou ascite (fluído no abdômen).
Se as hipóteses de problemas de saúde e hormonais estiverem descartadas, o ideal é submeter sua calopsita a uma dieta (redução mínima de 25%) e aumento na atividade física.

Aleijamento

Por definição, uma ave aleijada é aquela que não possui, ou não consegue usar, uma ou as duas pernas. As causas mais comuns são: infecção, dor nos pés, deslocamento, fratura, luxação, torção, queimadura, falta de exercício, pressão do nervo ou vaso que irriga a perna, deficiência nutricional, artrite, poleiros inapropriados, lesões nervosas.
Geralmente, quando as causas não são nervosas, problemas nos membros são causados por poleiros inadequados ou sujos. Poleiros muito pequenos promovem o crescimento das unhas, e essas podem quebrar ou enroscar na perna, causando dor e lesões, inclusive fraturas. Poleiros sujos, enrugados ou molhados podem irritar o pé da ave; nesse caso, lave a região irritada com água morna e passe alguma pomada tópica. Os poleiros devem estar sempre secos e limpos e devem ser de vários tamanhos, para que a ave exercite a musculatura do pé.
Em qualquer caso, ainda mais se você achar que a causa é nervosa ou por lesão, procure ajuda médica.

Alergias

Muitos produtos podem causar alergias em aves. Os sintomas mais comuns são flatulência, inflamação da cloaca ou espirros freqüentes. É muito importante que você tente achar a causa: algum lençol ou cobertor que cobre a gaiola, flores ou plantas, sprays, produtos de limpeza, alguma comida, cigarro ou fumaças em geral são as causas mais comuns.

Inchaços

Geralmente, inchaços ou caroços que surgem nas aves são benignos, e causados por traumas. Por exemplo, se sua ave voar de encontro a algum objeto e bater com força, pode desenvolver um hematoma, que irá desaparecer com o tempo.
Mas há várias outras causas, como abscessos, cistos, gota/artrite, incrustações no bico e olhos (geralmente causados por sarna), depósitos de gordura sob a pele, e até tumores. Os abscessos são inchaços quentes, doloridos, avermelhados e duros ao toque, causados por deposição de pus (em decorrência de alguma infecção bacteriana) e geralmente encontrados embaixo dos olhos, pés e bico. Se não tratados, a infecção pode se espalhar por órgãos vitais, como pulmões, coração, rins e cérebro, através da corrente sanguínea. O ideal é procurar ajuda médica, para administração de antibióticos.

Careca

A mutação lutino é bem conhecida pelo seu defeito genético de gerar calopsitas carecas (algumas mais, outras menos). Mas a perda de penas na cabeça pode ser também devido a outras calopsitas agressivas; nesse caso, a única solução é separar as aves.
Há uma doença séria, denominada PBFDS (do inglês psittacine beak and feather disease syndrome) que promove crescimento anormal de penas (deformadas, enroladas, comprimidas ou unidas) na cabeça e no corpo, além de provocar queda no sistema imune, pneumonia, hepatite e problemas gastrointestinais.

Regurgitação

A regurgitação nada mais é do que a expulsão do conteúdo do papo. As causas mais freqüentes para isso são comportamentos de corte e nidificação, bloqueio do trato digestivo superior, aumento das glândulas tireóides e infecções no papo, envenenamento por metais ou produtos químicos. Mas algumas calopsitas podem regurgitar para um brinquedo, espelho ou para uma pessoa, na tentativa de alimentá-los. Isso é uma profunda demonstração de carinho.
A regurgitação pode ocorrer por um bloqueio no papo, ao engolirem algum objeto que obstrua seu trato digestivo ou pelo consumo excessivo de areia (elas geralmente ingerem pedregulhos para ajudar na digestão, quando estão com alguma indisposição gastrointestinal). Nesse caso, algumas gotas de óleo mineral e massagem no papo ajudam. Outra causa comum é o aumento da tireóide, principalmente se a dieta for pobre em iodo.

Diarréia

É um dos problemas mais comuns nas aves, e podem ser um prenúncio de problemas graves. Um excremento normal consiste em uma mistura de fezes (a parte verde e firme) e urina (constituída da urina em si, liquida, e de uratos, mais consistentes e brancos). A diarréia pode ser causada por problemas no trato digestivo e órgãos associados (pâncreas e fígado) ou urinário, por infecções bacterianas, psitacose, giardíase, candidíase, mudanças na dieta (principalmente pela ingestão de frutas), medicamentos e estresse.
Se a diarréia for isolada, e sua ave estiver alerta, sem mudanças no comportamento, não se preocupe muito. Administre soro caseiro três vezes no dia, para cortar a diarréia, ou dê 2 gotas de pepto-bismol, duas vezes ao dia. Remova frutas e vegetais da dieta por um tempo. Mas se a diarréia perdurar e sua ave apresentar qualquer outro sinal estranho, procure um veterinário com urgência, pois pode ser alguma doença em estado já avançado.

Constipação

Não é um problema comum nas calopsitas. Pode ser causado por ingestão de pedrinhas, objetos estranhos, dietas pobres, má higiene, pressão do reto (por tumores), ovo preso, hérnia ou obstrução da cloaca. O que se pode fazer é limpar a área da cloaca com água morna e sabão, passando algum creme se a área estiver irritada, e ministrar leite de magnésia (4 gotas no bico)

Espirros e secreção nasal

Espirros podem ser causados por irritações passageiras e alergias, mas também podem ser sinais de problemas respiratórios. Nesse caso, podem ser acompanhados de tosse (é possível ouvir clicks vindos da garganta) e inflamação na garganta (mudanças na voz ou canto).
Quando as narinas estão com alguma secreção, as penas acima das narinas ficam amarronzadas. Esse problema pode ser causado por sementes ou algum objeto que entrou nas narinas, irritação causada por aerossóis ou infecções. Uma infecção respiratória tem como sinais secreção nasal e ocular, penas eriçadas, letargia, arrepios e respiração ruidosa ou com dificuldade. As causas mais comuns de infecções são variações grandes de temperatura no ambiente. É proibido deixar sua ave ao lado de aquecedores de ar ou ar-condicionado, ou ainda deixá-la em locais com correntes de ar ou exposta a chuva.
Se o problema é algum objeto nas narinas, tente retirá-lo cuidadosamente com cerdas de escova ou cotonete.

Respiração curta

A respiração rápida e curta pode ser provocada por altas temperaturas; a ave respira de modo ofegante para se refrigerar. Elas também têm esse comportamento quando estão assustadas ou nervosas. Em todos estes casos, basta deixá-la em um local ventilado ou deixá-la se acalmar que sua respiração voltará ao normal.
Mas se sua ave realmente está com dificuldades em inspirar e expirar, pode haver alguma obstrução no peito, pulmão ou vias respiratórias. Por exemplo, um aumento abdominal causado por tumor, peritonite (causada por ovo preso) ou ascite podem impedir a expansão total da caixa torácica. A dificuldade em respirar também pode ser causada por infecções bacterianas ou por fungos e ácaros. Em todos esses casos, o ideal é ter ajuda veterinária.

Problemas no bico

Um bico para um pássaro é imprescindível: é com ele que a ave come, bebe, se defende, sente o mundo, e se movimenta. Um pássaro com bico defeituoso é infeliz e bravo. Além disso, se o problema impossibilitar que ele coma, ele pode morrer.
Há várias doenças que podem afetar o bico, alterando a cor, provocando quebras, crescimento anormal, deformações, lesões e tumores. Deficiências nutricionais (proteínas em falta e vitamina A em excesso) e infecções bacterianas também causam problemas.
Quando uma ave é jovem e fratura o bico superior, o tratamento dá resultados satisfatórios. Você pode envolver o bico com fita adesiva por 3 semanas, período em que ocorre a cicatrização. Se ocorrem quebras mas essas não afetam a alimentação, elas irão ser reparadas com o tempo, e intervenções não são necessárias.

Problemas nos olhos

Os sintomas mais frequentes indicativos de problemas nos olhos são piscadas freqüentes, olhos fechados, vermelhidão, inchaço e secreção. Esses sintomas podem ser causados por infecções bacterianas, vírus, fungos e ácaros, deficiência de vitamina A, irritações (causadas por aerossóis, batidas ou briga com outra ave), psitacose, infecção nos sinos nasais ou abscessos.
Se houver alguma secreção, limpe com colírio oftalmológico, ácido bórico oftalmológico ou soro fisiológico. Evite produtos que possam causar irritação. Mantenha longe de luz intensa, que pode irritar mais ainda.

Auto-mutilação (arrancamento de penas)

Uma ave saudável limpa constantemente suas penas, aplicando óleo (proveniente de uma glândula interna) e removendo canutilhos que envolvem as penas novas. O fato de arrancar penas pode ter muitas causas: doenças internas, má-nutrição, problemas nervosos ou hormonais, aborrecimento, infecção nos folículos das penas, parasitas, vírus ou excesso de zelo da mãe ou companheiro ao limpar as penas dos filhotes/companheiro.
Descobrir a causa exata para esse problema é tarefa árdua. Se, após um checkup médico completo, verificar-se que a causa não é médica, e sim comportamental, você deve avaliar alguns aspectos, na tentativa de inibir esse hábito nas aves.
O 1º ponto a verificar é o local da gaiola. Esta deve estar em local sem muito trânsito, encostada a alguma parede, e sem outros animais que possam incomodar ao redor. Um pássaro super-estimulado não é capaz de relaxar. Para que ele tenha maior sensação de segurança, a gaiola não deve estar em frente a janelas, corredores ou no centro do ambiente.
Outro ponto a se considerar é sono. As aves devem ter 10-12 horas de sono contínuo, em local quieto e escuro. Sem isso, elas ficam ansiosas e nervosas.
Exercício é vital para a saúde de uma ave. Faça-a bater as asas, subir e descer escadas ou a gaiola, escalar poleiros e andar no chão.
Banho também é muito importante, e aves com esse problema devem fazê-lo diariamente. É fato que aves não arrancam penas molhadas; mas só as mantenha úmidas se o ambiente for quente a ponto de permitir isso. O hábito de arrancar e mastigar penas pode ser decorrência de pele seca, má-condição das penas ou maus hábitos de limpeza da ave, e esses fatores podem ser contornados com banhos diários, que irão estimular a ave a se limpar.
Brinquedos também ajudam, uma vez que se seu pássaro estiver entretido com um, ele não estará arrancando as penas. Alguns brinquedos, inclusive, são ideais para esse problema, imitando a textura e aparência das penas.
Poleiros inadequados, muito grandes ou muito pequenos, também geram insegurança na ave.
Um último ponto a ser lembrado é não recompensar o ato de arrancar penas. Se a ave arranca uma pena e você responde de algum modo (não importa se o que você diz é positivo ou negativo), ela associará o hábito com chamar atenção, e isso só irá piorar o problema. O ideal é desviar a atenção para uma comida, brinquedo ou qualquer outra coisa. Você deve interagir com sua ave, mas nunca quando ele estiver se mutilando. Também é importante perceber em qual momento a ave mais arranca penas: de manha ou à noite, na sua ausência ou na sua presença, se fica nervoso perto de algo ou alguém.

Berros

As calopsitas costumam vocalizar ao nascer do dia e ao anoitecer, para chamar a atenção, para cumprimentar alguém, ou para demonstrar algum sentimento, como descontentamento. Se os berros de sua ave incomodam, tente mantê-la perto de você, ofereça atenção e brinquedos ou alimento. Os psitacídeos em geral não gostam de isolamento.

Agressão e bicadas

Bicar é um comportamento natural no ambiente selvagem. Os pássaros usam o bico para se alimentar, limpar, escalar, se defender, sobreviver, manter o controle no bando. Quando um psitacídeo bica, é em resposta a três comportamentos diferentes: medo, territorialismo ou por razões sexuais.
É fácil identificar um pássaro amedrontado: ele grita, silva, fica arrepiado, tenta se esconder em algum canto da gaiola e fica com as penas eriçadas. Geralmente, uma ave responde desse modo a mudanças no ambientes, a movimentos repentinos, barulhos altos, portas batendo, crianças berrando, trovões. Uma ave também pode bicar se perder a confiança em você, achar que você representa perigo de alguma forma. Pássaros capturados, importados ou mantidos em quarentena são extremamente estressados, e geralmente apresentam problemas psicológicos, sendo muito defensivos.
O territorialismo em animais de estimação é expresso pela defesa da sua gaiola, brinquedos e comida.se sua calopsita não quiser ter seu território invadido, ela irá bicar. Ela pode considerar sua mão um predador em potencial, e irá bicar dedos e mão.
Mudanças hormonais também afetam o comportamento de sua calopsita. Chega uma fase em que sua calopsita quer acasalar e se reproduzir; se isso não ocorre, ela se sente frustrada e acaba bicando. Mas esse comportamento é passageiro. Se, no entanto, sua ave escolher um humano como parceiro, ela ficará possessiva, bicando qualquer um que chegue perto. O pior ocorre quando sua calopsita escolhe você como parceiro e você não corresponde; nesse caso, ela irá te bicar.
Mesmo sendo difícil, há algumas coisas que podem ser feitas para diminuir ou parar com as bicadas, uma vez identificada a causa. Em 1º: ignore o comportamento negativo, mesmo que a bicada doa (e muito), e reforce o comportamento desejável, com afagos e elogios. Se cada vez que a ave bicar você responder de algum modo (berrar com a ave, retirar a mão bicada, bater no bico, soprar a face ou empurrar a ave), isso só irá reforçar o comportamento negativo. Em 2º, não permita que sua ave empoleire acima de você; isso faz com que se sinta dominante; permita apenas que ela se empoleire no nível do seu peito. Em 3º, mantenha as asas cortadas: isso o faz se sentir mais dependente.

Descoordenação

Abaixo, estão alguns sinais que, se sua ave apresentar, deve ser levada ao veterinário imediatamente. Geralmente há tratamento, mas que necessita de acompanhamento.

  • Cabeça inclinada: as causas mais comuns são traumas na cabeça (por exemplo, batidas durante o vôo), envenenamento por metal pesado (chumbo), infecções (no ouvido interno ou generalizadas) e tumores.
  • Descoordenação: infecções, toxinas, tumores e deficiências vitamínicas fazem com que sua ave fique cambaleante.
  • Fraqueza: se sua ave não consegue se manter no poleiro, pode ser sinal de infecção generalizada, nutrição deficiente (falta vitamina E ou selênio), fraturas, danos nervosos, artrite, falta de cálcio no sangue ou tumores.
  • Paralisia das pernas: tumores abdominais, infecções, traumas, nutrição deficiente (falta vitamina E ou selênio), ovo preso ou danos nervosos.
  • Convulsões: podem ser causadas por envenenamento, deficiência nutricional, epilepsia ou doença infecciosa.
Sangramento
    Lave a área com peróxido de hidrogênio 3% e aplique pó anti-hemorrágico (como amido de milho, farinha ou algum comprado na farmácia). Se necessário, cubra o ferimento com gaze e segure firme por 2 minutos. Se o corte for nos pés ou pernas, aplique pomada antibiótica. Se o corte é no corpo, cubra com gaze ou band-aid.
    Se, no entanto, o sangramento é em decorrência de uma pena em crescimento (que possui irrigação sanguínea) que quebrou ou foi cortada erroneamente, o ideal é arrancar a pena. Só assim o folículo irá fechar e parar o sangramento. Para arrancar, uma pessoa deve segurar com cuidado a ave, enquanto uma outra arranca a pena na base, com uso de um alicate pequeno (pinça não serve!). Em seguida, aplique algum pó anti-hemorrágico com cotonete diretamente no folículo e pressione com uma gaze, até parar o sangramento.
      Piolho
        O remédio mais eficiente e menos tóxico ainda é o Kill Red (importado), mas se for pouco piolho poder lavar ele em água com vinagre que funciona bem. É uma colher de sopa de vinagre para um litro de água. Vaporizar por 4 dias (cuidado com os olhos pois arde). Pode ser usado também o Piolhaves, porem sua aplicaçao eh perigosa, deve-se cubrir a cabeça da ave com uma toalha e usar luvas e mascaras.
          Vermífugo
            Vermifugar as aves antes delas começarem a criar, colocar Mebendazole na água por 3 a 5 dias. A vermifugação é feita pelo menos uma vez ao ano e sempre entre o período do término da muda das penas e início da temporada de procriação. Vermífugo (Mebendazole - Avitrin) só depois dos 5 meses.
              Ovo preso
                Ovo preso é a inabilidade de uma fêmea em expelir o ovo pela cloaca. As causas mais comuns para esse problema são: fêmea muito jovem tentando botar seu primeiro ovo, falta de cálcio na dieta, falta de vitaminas e minerais, obesidade, disfunção do trato reprodutivo, excesso de reprodução. As deficiências nutricionais podem fazer com que a ave produza ovos com a camada externa menos dura e maior que o normal, ou ovos de formatos anormais. A camada externa macia faz com que os músculos do ovário e da cloaca não consigam empurrar o ovo adiante. Além disso, os músculos dessa região também podem estar fracos, por falta de uma dieta adequada, não conseguindo contrair de modo eficaz e expelir o ovo.
                Os sintomas de um quadro de ovo preso são: pássaro sentado no chão da gaiola, sentado sobre a cauda, com as pernas estendidas, rabo batendo direto, distensão abdominal, esforço continuado, respiração difícil, falta de fezes e penas eriçadas. O ovo preso também pode afetar os nervos que controlam a musculatura da perna, impossibilitando que a ave fique empoleirada. Em razão de esforço prolongado, a ave também fica fraca, exausta e pode até entrar em choque.
                O tratamento nesses casos requer ajuda médica, que em primeiro irá recorrer a técnicas não-cirúrgicas (como injeção de cálcio e hormônio diretamente no fêmur, promovendo contração muscular) ou a retirada do ovo sem necessidade de cirurgia.
                É importante você NUNCA tentar retirar ou quebrar o ovo, pois isso pode ser fatal. O que você pode fazer de imediato é passar óleo mineral na cloaca e colocar a ave em um local quente (90 F) e úmido (umidade 60%), como por exemplo banheiro com chuveiro ligado. Isso ajuda os músculos a relaxarem e empurrar o ovo. Mas, se isso não acontecer em meia hora, corra para o veterinário.

                Envenenamento

                Se a ave ingerir ácidos, bases ou produtos a base de petróleo, faça-a beber leite misturado com pepto-bismol, clara de ovo ou azeite. NÃO provoque vômito. Se o envenenamento for por qualquer outro agente, provoque vômito (misture água e mostarda e coloque diretamente na garganta).

                Queimaduras

                Borrife com água gelada duas vezes ao dia, passando alguma pomada ou pasta para assaduras. Se a queimadura for por gordura quente, passe farinha ou amido de milho antes de enxaguar com água.

                Choque por calor

                Borrife as penas com água gelada e coloque os pés em água gelada. Coloque em um local fresco e arejado. Mas tome cuidado para evitar que a ave se resfrie.

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